Doença de Chagas

A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi através de um vetor triatomíneo pertencente a subfamília Triatominae conhecido popularmente como “barbeiro”. Foi descoberta por Carlos Chagas em 1909 e estima-se que haja um milhão de pessoas infectadas no Brasil.

Transmissão

A Doença de Chagas pode ser transmitida de forma:

  • Vetorial: É quando o triatomíneo infectado pica um indivíduo, defeca e ao coçar, estas fezes penetram a pele e tem contato com a corrente sanguínea.
  • Oral: Ingestão de alimentos contaminados com fezes de triatomíneos infectados.
  • Vertical: A mãe infectada transmite para o filho durante a gravidez ou aleitamento materno.
  • Transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados.
  • Acidental: Ocorre quando há o contato de materiais contaminados com pele ou mucosa lesionada.

Fatores de Risco

São considerados fatores de risco para Doença de Chagas:

Triatoma brasilliensis
é uma das espécies
de triatomíneos
capazes de
transmitir
a Doença de Chagas
  • Ter residido, ou residir, em área com relato da presença do vetor transmissor da doença de Chagas ou ainda com reservatórios animais (silvestres ou domésticos) com registro de infecção por T. cruzi;
  • Ter residido ou residir em habitação onde possa ter ocorrido o convívio com vetor transmissor (principalmente casas de estuque, taipa, sapê, pau-a-pique, madeira, entre outros modos de construção que permitam a colonização por triatomíneos);
  • Residir ou ser procedente de área com registro de transmissão ativa de T. cruzi ou com histórico epidemiológico sugestivo da ocorrência da transmissão da doença no passado;
  • Ter realizado transfusão de sangue ou hemocomponentes antes de 1992;
  • Ter familiares ou pessoas do convívio habitual ou rede social que tenham diagnóstico de doença de Chagas, em especial ser filho (a) de mãe com infecção comprovada por T. cruzi.

Sintomas

A Doença de Chagas possui duas fases, a fase aguda e a crônica. A fase aguda pode apresentar-se de maneira assintomática ou sintomática com predominância de sintomas moderados como febre prolongada, dores de cabeça, fraqueza e inchaço no rosto e membros inferiores. A fase crônica pode se manifestar nas formas indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. A forma cardíaca geralmente desenvolve um quadro de insuficiência cardíaca grave pela destruição das fibras cardíacas. A forma digestiva possui o desenvolvimento de megacólon ou megaesôfago pela dilatação exagerada do cólon e esôfago, respectivamente.

Diagnóstico e Tratamento

Na fase aguda, o diagnóstico pode ser realizado através de achados clínicos comuns na doença (febre prolongada, inchaço na face e membros inferiores, fraqueza intensa e etc.) e associação de fatores epidemiológicos compatíveis, como surtos. Na fase crônica, no diagnóstico é feito baseando-se na história clínica no paciente, histórica epidemiológica e análise do contexto de risco e vulnerabilidade em que o paciente está inserido.

O tratamento da fase aguda da Doença de Chagas é feito com o medicamento Benznidazol, que é fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde após confirmação por um médico. A utilização deste medicamento em casos de fase crônica é avaliada pelo médico e depende da forma clínica desenvolvida pelo paciente (cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva). Como alternativa ao tratamento utilizando o Benznidazol, o Ministério da Saúde fornece o Nifurtimox.

Prevenção

A principal forma de prevenção é impedir que os triatomíneos formem colônias nas residências, para que a principal forma de transmissão seja evitada. A utilização de mosqueteiros e telas metálicas também é utilizado para evitar que haja a invasão dos triatomíneos pelo ar ou frestas. Além disso, o uso de repelentes, roupas de manga longa e outras medidas de proteção individual sejam tomadas para evitar a picada do triatomíneo em atividades noturnas realizadas em áreas abertas e de mata.

Fontes:

BRASIL. Ministério da Saúde. Doença de Chagas: o que é, causas, sintomas, tratamento e prevenção. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: <https://saude.gov.br/saude-de-a-z/doenca-de-chagas>. Acesso em: 17 ago. 2020.

DALE, Carolina; PASCHOALETTO, Letícia; COSTA, Jane. O Complexo Triatoma brasiliensis: Atualizações sobre o principal vetor da Doença de Chagas no nordeste do Brasil. Fundação Oswaldo Cruz, 2019. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/ioc/media/Cartilha_Triatoma_brasiliensis_2019.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2020.

PINHEIRO, Pedro. Doença de Chagas: Infecção Pelo Protozoário Trypanosoma Cruzi. MD.Saúde. Disponível em: <https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/doenca-de-chagas/>. Acesso em: 17 ago. 2020.